quarta-feira, 12 de maio de 2010

Saudade



Algumas vezes nos pegamos pensando em algo, sem nem mesmo querermos pensar naquilo. Lembramos de pessoas, coisas, fatos que aconteceram na nossa vida. Alguns não retornarão, outros estão apenas ausentes por alguns instantes, mas ainda assim, jamais sairão de nossa mente, das nossas ilusões. Imaginamos coisas boas, desejamos sempre o melhor, vivemos em um mundo de fantasia, mas teria isso um motivo plausível para acontecer? Talvez não queremos estar presos a coisas imateriais, a pensamentos e lembranças, mas na maioria das vezes, eles nos proporcionam sensações tão boas, que as nossas ações não são capazes de superá-los, pois é neles que temos a liberdade e a capacidade de reagir da maneira que acharmos melhor, tomarmos decisões ao nosso modo, da nossa maneira, como um sonho.
A saudade é algo que machuca, nos fere por dentro, nos deixa cicatrizes. Marcas que levamos por anos, décadas, quiçá séculos. É lastimável não podermos viver tanto tempo para sabermos ao certo quão longa é a saudade, ou por quanto tempo temos que agüentar essa dor tão forte e incessante, que insiste em nos corroer da maneira mais cruel possível. Ela é passiva, não tem pressa nem mesmo intenção de magoá-lo, mas é indiferente e na sua indiferença que ela te apunhala com uma intensidade incontável, fazendo-o sofrer… E chorar… Fazendo-o clamar por ajuda, um auxílio que seja, qualquer pessoa onde você possa debruçar em seus ombros e desabafar. É algo tão intenso que conseguimos nos abalar até mesmo com coisas nunca tenham existido de fato, e como já dizia Carlos Drummond de Andrade: “Também temos saudade do que não existiu, e dói bastante.” Sim, dói. Não podemos negar este sentimento que nos acompanha, nos machuca, nos corrói, nos apunhala, mas não conseguimos viver sem. Ah! A saudade.

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